A perda de uma pessoa seja ela por qual for o motivo ou razão, tende sempre a causar um impacto, uma emoção no semblante das pessoas. No momento em que adentramos a esta terra, recebemos a graça de Deus pela vida concebida. Somos inseridos no mundo aos cuidados da família e dos grupos sociais que faremos parte. Aprendemos a engatinhar, ao uso da linguagem, nossos membros se alimentam e, então, passamos a andar. Recebemos proteção, carinho, atenção e os preceitos básicos para vivermos dignamente, ensinados por nossos pais.
Daí em diante criamos uma identidade, um status, um nome. Determinamos e somos determinados pelas leis da natureza, por ela ser dádiva de Deus representada aqui na na terra para nos provê de nossas necessidades vitais. Criamos ademais, laços sociais,geramos famílias, filhos, formamos as árvores genealógicas humanas. Nascem as clãs, as comunidades, as vilas, as cidades. Passamos a viver sob leis humanas.
Nas relações sociais conhecemos pessoas, grupos de pessoas, as quais passamos a obter laços de amizade, de amor, de cordialidade, de coletivismo, de calor humano verdadeiro. Convivendo com essa ou essas pessoas, discernimos seu(s) valor(es), sua(s) personalidade(s). Ficamos alegres com suas alegrias e tristes com suas tristezas.
Hoje, 30 de junho de 2010, eu, e acredito que todas as pessoas que viram e conviveram com o professor Everaldo Coelho, se encontram mui tristes com a perda de nosso amigo, colega e companheiro. Sua morte, causada por um lamentável acidente com arma de fogo, emocionou-me bastante. Acordei cedo, como de hábito, fiz o café e abri a porta para comprar pão. Quando lá cheguei, dona Sebastiana, vó da "nenoca" me comunica tal fato. Voltei pra casa chorando bastante. Naquele momento, sobreveio-me a lembrança de que, há poucos meses atrás, eu estava internado, em Teresina, ponteando entre a vida e a morte. Durante dias, passei por muitas provações. Mas a mão de Deus me sustentou e me livrou do vale da sombra da morte. E acredito que meu amigo e sua familia também passou por muitas dores, angústias e aflições. Agora ele jaz. Descansa.
Enquanto viveu neste lugar, nesta cidade, o professor Everaldo sempre foi um homem de luta. Ainda menino, ajudava o pai nas tarefas do dia a dia. Gostava de mata, bichos, era apegado a trabalhos rústicos. Cresceu, foi estudar em outra cidade e concluiu a educação básica. De volta a sua cidade, foi aprovado em concurso municipal. Começava assim, uma nova etapa em sua vida. Casou-se, construiu uma familia, um lar.
Mesmo trabalhando como professor, Everaldo ainda arrumava tempo para outras duas atividades que ele amava muito: futebol e caça. No futebol, dedicou-se bastante a seu time de coração - o NÁUTICO FUTEBOL CLUBE - . Sagrou-se campeão local várias vezes. E eu sinto-me mui feliz em ter participado dessa história.
A caça era um hobbie que ele já praticava mesmo antes de ser professor. Gostava de sair cedo de sua casa, às vezes acompanhado,às vezes, sozinho. E foi exatamente quando foi para a caça sozinho que o lamentável acidente aconteceu. Foram horas agonizando, se arrastando pelas veredas, até o socorro chegar. Levado ao SOCORRÃO, em Presidente Dutra, passou por cirurgia, ficando este internado por quase um mês. No dia dia 30 de junho de 2010, já pela madrugada, seu coração deu o último suspiro de vida. Era hora de partir.
Everaldo Coelho deixa sua esposa, três filhos e uma vida de homem marcada pela leadade, dignidade de caráter e luta. Seu exemplo nos serve de ânimo e lição de vida. Com ele aprendemos o significado do valor que devemos dar as coisas que gostamos.
Obrigado meu amigo, sentiremos sua falta.
Homenagem: Professor Roberto A. Lima.