quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ENSAIO DA BREVE HISTÓRIA POLÍTICA DE GOVERNADOR LUIZ ROCHA



A curta trajetória politica do municipio de Governador Luiz Rocha pode ser visualizada a luz de disputas eleitorais fundamentadas na ideologia de uma proposta de conquista de poder sedimentada, ora na coesão moral, ora em "saudáveis empreendimentos" quase imperceptíveis 'a grande massa populaciona despolitizada e ingênua. Quadro que pouco se alterou apesar de inúmeras campanhas de conscientização pelos meios de comunicação de massa.
Qualquer cidadão luizrochense que tenha algum interesse por politica, dificilmente consegue falar algo de abonador sobre os partidos políticos e seus cooptores aqui existentes. É comum ouvir que eles não funcionam, não atuam na política do dia a dia, não olham para a sociedade em geral e suas necessidades mais prementes. E que seus integrantes apenas atuam em prol de si mesmos.
Essas caracteristicas mencionadas são, de certa forma, remanescências da era colonial e imperial do Brasil, e que ainda hoje, encontra-se em clarividência na sociedade brasileira. Suas manifestações são focalizadas com mais salitude em áreas as mais díspares e distantes dos grandes centros do poder, onde vigora ou vigoram ainda as leis de trocas de favores e de alienação cultural, práticas essas adotadas durante um fase politica do Brasil alcunhada de " República Velha". Se bem que as armas hoje utilizadas são bem mais sutis, mas com a mesma e velha intenção.
Em nossa simplória sociocomunidade temos uma situação que visualiza bem o que é a politica partidária na maioria das pequenas cidades brasileiras: alguns grupos politcos com ideias e projetos diferentes disputam o principal cargo da administração municipal. E, claro, para alçar esse voo, munem-se de todas as armas possíveis para atrair o eleitorado em uma verdadeira "garimpagem" na busca de votos. Os programas de governo apresentados em rádio comunitária, carros de som ou em aglomerações públicas - aqui denominadas de "comício" ou "poerão"-, são
meios utilizados pelos candidatos para obter a aprovação e/ou reprovação do povo, dependendo da visão do eleitor - que nem sempre chega a dar atenção a tantas bobagens - já que a maioria dos politicos locais e/ou candidatos apresentam baixo grau de instrução.
Quando você vai a uma dessas aglomerações públicas, por exemplo, ao invés de se ouvir propostas de trabalho, o que na verdade se vê são aberrações discursivas evidenciadas em tons grosseiros ou até risíveis. Em outras situações os disputáveis se agridem e se inflamam moralmente, mostrando 'a população suas personalidades e atitudes. Entretanto, há situações em que aqui as campanhas obtém até um certo tom plausível. Raro, mas há. Isso ocorre quando um ou outro político em inicio de carreira tenta mostrar suas propostas de trabalho, suas ideias
e suas defesas. As chances de serem eleitos são mínimas, pois sabemos que em nosso país candidato honesto não é bem quisto.
Podemos ainda observar outros recursos neo-ideológicos aqui usados pelos partidários em períodos de campanha eleitoral. Um desses recursos diz respeito a frenética corrida 'a "caça" de votos, tanto na sede como nos povoados circuvizinhos ao municipio. O tom das campanhas é recheado de ideologias, com sessões de promessas e lembranças, tipo: ... lembra o que fiz por ti? você prometeu que iria me ajudar se eu...; eu vou te dar isso se ...., entre outras suaves conversas que sabemos com terminará... E aí, como a maioria de nossa população é pouco alfabetizada, torna-se "isca" fácil aos "predadores", reduzindo o eleitor 'a condição de "objeto".
Não se pode esquecer também que, assim como em qualquer outro recôncavo do Brasil, a compra de votos por aqui é comercializada a luz do dia: através de dinheiro, doação recíproca, além de ajudas materiais diversas, principalmente materiais de construção civil. Alguns candidados anotam o nome, o número do título e a seção do eleitor que vendeu seu voto para conferir se este realmente cumpriu o "acordo tácito" pré estabelecido.
É assim, neste panorama, que a ideologia assume sua dominação. O poder atinge e modifica todos os níveis de relaçao social. Está presente na familia, na escola, na igreja e garante seu êxito no seio popular. A ideologia da dominação assume diversas formas e métodos para manter esse poder: coação, pressão moral, propaganda, persuação linguística... A dominação tem na ideologia um recurso para suavizar a imposição social
A construção da identidade sócio-cultural do cidadão luizrochense vem ganhando conotações estratégicas, paralelamente vinculadas aos estratagemas políticos. A população sempre espera que o poder público resolva todos os problemas a seu alcance; não procura se mobilizar no sentido de criar condições com vistas a melhoria da sua qualidade de vida, de sua rua, seu bairro, seu nincho... O poder municipal de fato precisa investir na melhoria das condições de vida de sua comunidade, mas esta também precisa aprender a se educar, se politizar criticamente, precisa aprender a caminhar com seus próprios pés.